Ao contrário do que muitos pensam, a cerejeira não é
uma espécie de árvore e sim um conjunto de espécies vindas da Ásia, algumas
sendo frutíferas (cereja) e outras fornecendo madeira nobre (madeira
marrom-avermelhada usada para confecção de móveis finos e instrumentos musicais)
ou ainda servindo para ornamentação. Existem espécies diferentes das que
estamos acostumadas a ver, como as brasileiras abaixo
Amburana , Jatobá (Hymenaea courbaril) e cereja-do-Rio-Grande (Eugenia involucrata).
As famosas cerejeiras
japonesas (cerejeiras ornamentais, prunus
serrulata) são largamente utilizadas para decoração. Além disso, a flor de
cerejeira é a flor nacional do Japão (onde são conhecidas mais de 300
variedades do tipo) e símbolo dos samurais, uma vez que a flor dessa árvore
morre logo, representando a efemeridade da vida e necessidade de aproveitar
intensamente o hoje sem medo (lema dos samurais)- correspondente oriental para
o carpe diem. Conhecida também como sakura, a flor inspira o “Hanami”,
celebrações para apreciação das cerejeiras no período de floração. Quando essas
celebrações acontecem a noite, recebem o nome de “yozakura”, sendo ornamentadas
com lanternas de papel.
Essas flores também passam
por determinado processo e viram chá, sendo servido para os noivos na cerimônia
de casamento como forma de lhes assegurar a felicidade.
A prunus serrulata produz poucos frutos; as cerejeiras que originam a cereja que estamos acostumados a consumir precisam de aproximadamente 1000 horas de frio para que sua semente quebre a dormência e consiga se desenvolver, desse modo, ainda não são produzidas pra comercialização no Brasil (sendo importadas principalmente do Chile e Estados Unidos). Existem outras espécies que exigem menos horas de frio, no entanto, não são tão palatáveis. Existe o boato de que a cereja em calda seria feita de chuchu, o que não é totalmente mentira: como a fruta é importada, se torna muito cara e portanto alguns meios de comércio como confeitarias, padarias preferem usar o chuchu, mas, ainda assim, nos supermercados encontramos a cereja em calda vinda da fruta.1
Em 1908, os imigrantes
japoneses introduziram variedades de cerejeiras no Brasil com o objetivo de
trazer suas tradições recriando o lar. O estado de São Paulo e cidades do sul
aceitaram bem as árvores e hoje existem também celebrações nas áreas.
Os tipos de cerejas que
consumimos são as cerejas ácidas e doces, a primeira vinda da prunus cerasus (sendo usadas em
conservas, compotas e bebidas como a ginginha- licor muito popular em Portugal,
especialmente em Londres) e a segunda vinda da prunus avium (sendo consumida ao natural ou em calda).
Referências Bibliográficas
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